Estamos cercados por alertas, prazos, cronogramas apertados e decisões imediatas. Tudo pede pressa: a resposta no WhatsApp, o e-mail que “não pode esperar”, a entrega que deveria ter sido feita ontem. A cultura da urgência transformou-se em regra e, com ela, a ansiedade tornou-se uma das queixas mais frequentes nas clínicas de saúde mental.

Do ponto de vista psicanalítico, a ansiedade é um sinal. Ela não é apenas um incômodo; é um afeto que aponta para um sujeito em conflito, diante de algo que escapa ao seu controle. Freud já nos alertava que os sintomas não surgem por acaso, e a ansiedade carrega em si uma tentativa de resposta ao excesso: de estímulo, de cobrança, de expectativas.
Lacan, por sua vez, nos faz pensar que a ansiedade não engana. Diferente da angústia, que é silenciosa e opaca, a ansiedade escancara o mal-estar diante da impossibilidade de dar conta de tudo. E na lógica capitalista que nos comanda, dar conta de tudo virou sinônimo de valor pessoal.
No Instituto Nós e Laços, entendemos que é urgente desacelerar e mais ainda, dar sentido à urgência que cada um carrega. Nem sempre é o mundo externo que exige tanto; muitas vezes, é o próprio sujeito que se mantém nesse ritmo para não encarar o vazio que aparece quando tudo se cala.
A clínica psicanalítica oferece um espaço único de escuta, onde o tempo é outro. Um tempo em que se pode falar, escutar-se e, quem sabe, encontrar novas formas de lidar com o que parece insuportável.
Você está realmente atrasado ou apenas fugindo do silêncio?